Rinoplastia – Técnica cirúrgica
O nariz possui um esqueleto estrutural composto de ossos e cartilagens, e tal estrutura é reagrupada e modelada durante uma rinoplastia. Os modernos conceitos de cirurgia nos mostram que quanto mais conservadora a técnica cirúrgica, melhores e mais seguros são os resultados a longo prazo. Assim, ao invés de ressecar, remover, retirar tecidos do nariz, optamos por técnicas menos radicais que reorientam, recolocam, modelam, redistribuem os tecidos existentes para posições anatômicas mais favoráveis. Os resultados são mais naturais, mais seguros, mais previsíveis e harmônicos. Em outras palavras, a moderna rinoplastia tem como filosofia imitar uma anatomia normal, favorável e bela que há na natureza de um nariz funcionalmente adequado e esteticamente belo. Quer saber mais sobre rinoplastia e outros, acesse nosso site guiadaplastica.com.br/
INTRODUÇÃO
No campo da cirurgia plástica, a rinoplastia é particularmente importante, pois o nariz desempenha um papel crucial na respiração e representa a estética central com relevância para a harmonia da face. Assim, o conhecimento da anatomia nasal, suas peculiaridades e a forma como suas estruturas se inter-relacionam é fundamental para o sucesso cirúrgico 1,2 .
A rinoplastia experimentou uma importante evolução nas últimas décadas, com uma mudança radical de conceitos e paradigmas. A abordagem da estrutura nasal foi realizada inicialmente a partir de uma filosofia de redução, que envolvia a realização de ressecções da cartilagem e o estreitamento da base óssea nasal, por meio de técnica fechada. Os resultados a longo prazo, tanto funcionais quanto estéticos, foram limitados e de difícil resolução, como consequência da contração cicatricial e falta de suporte. Pacientes submetidos à ressecção do ramo lateral da cartilagem alar, por exemplo, desenvolveriam retração alar e pinçamento da ponta, enfraquecimento da parede lateral e colapso da válvula nasal 3,4 .
Com a evolução da cirurgia nasal, a anatomia original tornou-se mais valorizada, de fácil acesso e compreensão devido à técnica de rinoplastia aberta. A nova abordagem foi mais focada no reposicionamento e reestruturação do tecido existente 4 . Dependendo da preferência e treinamento do cirurgião, o enxerto de cartilagem é mais ou menos utilizado, respeitando a singularidade de cada caso.
O resultado satisfatório da rinoplastia, tanto estética quanto corretiva, depende da satisfação final do paciente, independente da técnica utilizada 5 . O presente estudo teve como objetivo avaliar a eficácia de duas técnicas cirúrgicas atuais no tratamento das alterações nasais, com base na experiência de um único cirurgião.
Procedimentos
Os pacientes foram submetidos à rinoplastia no centro cirúrgico sob anestesia geral. A equipe cirúrgica foi composta por pelo menos dois cirurgiões plásticos e o anestesiologista.
Após procedimentos de anestesia geral, antisséptica e asséptica, os pacientes receberam infiltração local com solução anestésica e vasoconstritora na proporção de 1:100.000 unidades, contendo lidocaína, epinefrina e soro fisiológico 0,9%. As vibrissas nasais foram então aparadas com bisturi de lâmina número 15, enquanto se aguardava o efeito da solução anestésica.
Em todas as cirurgias de técnica aberta, a incisão columelar foi realizada por via escalonada, seguida de incisões internas bilaterais nas margens caudais das cartilagens alares. Após levantar a pele e expor as estruturas ósseas e cartilaginosas do nariz, o tratamento foi executado de forma sistemática, sempre no sentido crânio-caudal.
Quando necessário, os enxertos foram construídos preferencialmente a partir da cartilagem septal. Caso a cartilagem septal tivesse sido utilizada anteriormente ou fosse insuficiente, então era construída a partir da cartilagem da costela, que quando necessário, era removida através de uma incisão de 3 a 5 cm no tórax, seguida de dissecção seccional até a sexta ou sétima costela, da qual cerca de 3 cm foram removidos.
Após a remoção, sempre foi realizada a manobra de Valsalva para detectar eventuais lesões na pleura visceral. A incisão torácica foi fechada em planos e todos os tubos de drenagem removidos. Os enxertos foram confeccionados com lâmina de bisturi, com medidas adequadas a cada tipo de função e mantidos em soro fisiológico 0,9% até o momento da utilização. Quando a cartilagem da costela foi utilizada, o procedimento exigiu um acompanhamento cuidadoso dos enxertos, dada a sua tendência à distorção. Enxertos excessivamente distorcidos foram descartados.
Os enxertos foram fixados nos locais de destino com pontos de PDS 5-0, com exceção da haste columelar, que foi fixada à espinha nasal com náilon 4-0. A mucosa septal foi aproximada com vycril 5-0. As incisões internas foram fechadas com vycril 5-0, enquanto a incisão columelar foi fechada com nylon 6-0. Não foram utilizados splints nasais. Os tampões foram inseridos quando havia sangramento excessivo e retirados após 24 h.
O curativo foi confeccionado com fita de papel micropore sobre a ponte e ponta nasal e aquaplast quando as fraturas foram realizadas. O aquaplast e a sutura columelar foram removidos em 5 a 7 dias, e o curativo substituído em 5 a 7 dias e depois até 2 semanas após a operação. Os pacientes foram orientados a manter a cabeça elevada durante as duas primeiras semanas e a limpar o nariz com soro fisiológico 0,9% durante a primeira semana. Os pacientes receberam 1 g de cefazolina no intraoperatório, 500 mg de cefalexina a cada 6 horas por um período de uma semana, anti-inflamatórios não esteroidais por 3 dias e analgésicos de acordo com a intensidade da dor. Eles também foram orientados a descansar por 30 dias.
Os pacientes foram liberados do hospital 6-12 horas após a conclusão do procedimento. Os pacientes foram submetidos a acompanhamento pós-operatório 5 dias, 12 dias, 1 mês, 3 meses, 6 meses e 12 meses após o procedimento e, posteriormente, anualmente para avaliação dos resultados. Evidências fotográficas para avaliar os resultados foram coletadas durante o acompanhamento.
Cirurgia Aberta X Cirurgia Fechada
Existem muitas opções de técnicas cirúrgicas disponíveis para a cirurgia plástica do nariz, porém cada técnica tem uma finalidade e uma indicação. Apenas após uma detalhada avaliação da estrutura anatômica nasal, e das suas necessidades de mudança, uma tática cirúrgica pode ser planejada. Para cada nariz existe uma técnica que melhor se adapta. Dependendo da abordagem escolhida, as incisões podem ser todas internas no nariz (acesso fechado), ou incluir uma pequena incisão da base da columela nasal (acesso aberto). Muitos cirurgiões utilizam apenas uma técnica em suas cirurgias. Acreditamos que todas as abordagens são úteis e por nós utilizadas, entretanto a indicação da melhor abordagem deve ser precisa e obedecer a critérios rigorosos de indicação. Por preferência pessoal, utilizamos a abordagem fechada na maioria dos casos. Acreditamos que quando se tem um domínio total da técnica cirúrgica, conseguimos fazer as alterações necessárias na estrutura nasal sem a necessidade de uma incisão na frente do nariz. Reservamos a abordagem aberta apenas para casos muito selecionados, de maior complexidade e maior dificuldade técnica. Apenas nesses casos uma incisão externa é necessária (na base do nariz, de aproximadamente 4 mm), do contrário todas as incisões ocorrem dentro do nariz.
1. Introdução
A rinoplastia evoluiu nas últimas duas décadas. A tendência popular de ter um nariz menor está mudando gradualmente para um nariz de aparência normal. Hoje em dia, as considerações funcionais são parte integrante de qualquer plano de tratamento. Geralmente, um grande esforço é feito para detectar qualquer déficit nas vias aéreas nasais antes da cirurgia estética a ser resolvida ou melhorada por um plano de tratamento adequado. As técnicas de enxerto e sutura substituíram algumas técnicas destrutivas mais antigas. Este capítulo oferece uma visão geral dos conceitos atuais em rinoplastia; também apresentamos abordagens lógicas na seleção e avaliação de casos.
2. Avaliações pré-operatórias
Como qualquer outro procedimento estético, uma avaliação pré-operatória abrangente pode afetar diretamente o resultado final da operação. A primeira etapa geralmente é iniciada por uma avaliação psicológica completa e, em seguida, é realizada a avaliação funcional do nariz. As avaliações estruturais e estéticas costumam ser as últimas etapas seguidas do plano de tratamento e finalmente da operação.
2.1. Avaliação funcional
O nariz humano desempenha um papel fisiológico e funcional complexo na respiração e no olfato. Por isso, é lógico que esse delicado órgão seja preservado e até melhorado durante a cirurgia estética. Essa avaliação geralmente começa com uma entrevista verbal com o paciente. Quaisquer problemas respiratórios podem ser facilmente detectados. Fatores de exacerbação ou problemas são geralmente mais bem descritos pelo paciente e, em seguida, a avaliação continua com a inspeção direta do nariz.
Qualquer desvio ou deformidade deve ser observado e documentado. Para avaliar o septo e os cornetos são necessários luz suficiente e um espéculo nasal. Algumas gotas de um vaso constritor como a fenilefrina em cada narina podem ser aplicadas para melhor visualização. A etapa final é verificar a válvula. O teste de Cottle é um método conhecido para avaliar a válvula nasal interna. O paciente é solicitado a respirar fundo pelo nariz e, em seguida, a inspiração é repetida enquanto o paciente retrai a parede lateral nasal.
Se ocorrer uma melhora considerável (teste de Cottle positivo), isso significa que existe uma fraqueza grave na válvula nasal interna. Está claro que um reforço ou reconstrução total da válvula interna deve ser considerado no planejamento do tratamento. Este teste deve ser feito em ambos os lados e devidamente documentado.