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Ataque de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro gera indignação

Movimentos que questionam a integridade do sistema eleitoral ocorrem em meio a pesquisas ruins para o líder de extrema-direita que enfrenta eleições de outubro.

Autoridades eleitorais e políticos de alto escalão criticaram o presidente brasileiro Jair Bolsonaro depois que o líder de extrema-direita convocou diplomatas estrangeiros ao palácio presidencial e fez alegações infundadas sobre a integridade das próximas eleições. Quer saber mais sobre as notícias do mundo da politica, e também outras, acesse https://www.gazetamineira.com.br/

Bolsonaro disse a eles que o sistema de votação eletrônica do Brasil, em uso incontestável desde 1996, era vulnerável. Os comentários levantaram preocupações de que o político populista possa tentar desacreditar o processo democrático se perder em outubro em meio a resultados ruins nas pesquisas.

As alegações infundadas foram imediatamente refutadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão que fiscaliza as eleições.

O TSE divulgou uma lista de 20 refutações às declarações de Bolsonaro, e o presidente do Tribunal, Edson Fachin, as chamou de um desafio inaceitável.

É hora de dizer o suficiente dessa desinformação, disse Fachin. Também é hora de dizer não ao populismo autoritário.

O presidente do Senado também rejeitou as alegações de Bolsonaro, dizendo que não havia justa causa ou motivo para questionar a eficácia do processo eleitoral.

O Congresso Nacional, cuja composição atual foi eleita no moderno sistema eleitoral, tem o dever de assegurar à população que as urnas eletrônicas darão ao país uma representação fiel dos desejos do povo, sejam eles quais forem, disse Rodrigo Pacheco.

A decisão de Bolsonaro de intensificar as críticas diante de um público estrangeiro pode estar ligada à sua má exibição nas pesquisas.

A maioria dá ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma vantagem de dois dígitos, e seus apoiadores estão otimistas de que ele possa vencer o primeiro turno e evitar um segundo turno.

A primeira rodada acontecerá no dia 2 de outubro, com uma possível segunda rodada agendada para 30 de outubro.

Bolsonaro, um apoiador de Donald Trump, uma vez questionou a confiabilidade das urnas eletrônicas, mesmo depois de vencer facilmente em 2018, e mais tarde tentou aprovar uma legislação exigindo o retorno das urnas de papel.

Essa tentativa foi declarada inconstitucional em 2020, e outra tentativa de incluir cédulas de papel ao lado de cédulas eletrônicas foi derrotada pelo Congresso um ano depois.

Seu discurso a diplomatas na segunda-feira incluiu ataques a juízes e funcionários do TSE que terão a tarefa de revisar os resultados das eleições não apenas para o presidente, mas também para o Congresso e 27 governadores estaduais.

O discurso também se concentrou em uma investigação de 2018 sobre uma tentativa de incursão no sistema eleitoral. Uma investigação oficial concluiu que não havia risco para a contagem ou os resultados.

Bolsonaro restringiu o acesso da mídia ao seu discurso de 30 minutos no Palácio do Planalto. No entanto, foi transmitido ao vivo pela televisão estatal, levando alguns parlamentares da oposição a alegar que o estavam levando a tribunal por uso indevido de recursos do governo.

Lula disse que é uma pena que o Brasil não tenha um líder mais interessado em questões como emprego, desenvolvimento e fome. Em vez disso, ele conta mentiras sobre nossa democracia, tuitou Lula.

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É inaceitável que as Forças Armadas tenham permitido que sua imagem fosse usada dessa forma para levantar a possibilidade de usar a força em apoio a uma medida de golpe antidemocracia defendida pelo presidente, disseram nove partidos da oposição em comunicado.

Bolsonaro começou a protestar contra o sistema eleitoral há alguns anos, quando era um membro ultraconservador do Congresso com pouco poder ou visibilidade na capital.

Em 2015, ele propôs uma emenda constitucional exigindo que máquinas eletrônicas imprimissem um registro de cada voto que seria depositado em uma urna. Bolsonaro argumentou na época que demiti-lo reduziria o risco de fraude a zero.

O Congresso aprovou a medida, mas a Suprema Corte disse que violou a privacidade e a declarou inconstitucional, o que significa que o sistema de votação permaneceu inalterado.

A questão saiu do radar político até que Bolsonaro emergiu como o favorito presidencial após o primeiro turno das eleições em outubro de 2018. 50 dos votos.

Fonte de Reprodução: Getty Imagem

Mesmo depois de vencer a eleição de 2018 por uma margem de 10 pontos percentuais, Bolsonaro continuou alegando, sem fornecer nenhuma evidência, que o sistema havia sido fraudado. Sua busca para desacreditar a integridade do sistema eleitoral ficou mais alta e mais ousada nas últimas semanas, à medida que a posição de Bolsonaro nas pesquisas caiu em meio ao crescente desespero com o tratamento dos governos da pandemia de coronavírus. Quer saber mais sobre as eleições do Brasil e do mundo, acesse https://www.gazetamineira.com.br/minas-gerais/mais-nova-pesquisa-em-minas-aponta-vitoria-no-1o-turno-de-romeu-zema/

Uma pesquisa realizada pela empresa Poder Data no início de agosto mostra que um em cada cinco eleitores que apoiaram Bolsonaro em 2018 agora votariam em seu principal rival, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Em um duelo entre dois candidatos, segundo a pesquisa, Lula venceria o atual campeão por 52 a 32.

Lula acusou nesta terça-feira o presidente de usar o debate da votação impressa para desviar a atenção de seu histórico de desemprego e pobreza, que aumentaram durante a pandemia.

Bolsonaro deve estar preparado para enfrentar esse fato: ele vai perder a eleição, disse Lula em comunicado, prometendo que o titular se recusaria a participar de rituais tradicionais de transferência de poder.

Os ministros do STF reagiram com alarme aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral, que se manifestaram em longas entrevistas com jornalistas conservadores e em vídeos compartilhados pelo presidente nas redes sociais. No início deste mês, o tribunal abriu uma investigação sobre as alegações do presidente de fraude eleitoral.

Filipe Barros, parlamentar que apoia Bolsonaro, disse em entrevista que as máquinas eletrônicas podem ser adulteradas e que as cédulas de papel criariam um mecanismo que atestaria de forma independente o resultado registrado pelas máquinas.

É um risco para a democracia, disse ele.

Especialistas dizem que as urnas eletrônicas têm medidas de segurança robustas no Brasil, onde o voto é obrigatório. Eles não estão conectados à internet, tornando-os praticamente impossíveis de hackear. A identidade dos eleitores é verificada por um scanner biométrico que escaneia a impressão digital de uma pessoa.

No mês passado, oito ex-procuradores-gerais emitiram uma declaração chamando os esforços para criar um sistema de votação em papel inconstitucional e argumentando que a medida adicional interferiria no direito de votar secretamente. No Brasil, o Ministério Público é responsável pela investigação de crimes eleitorais.

Antes da implementação do sistema atual, especialistas dizem que era comum os formuladores de políticas levarem as pessoas às assembleias de voto e vê-las preencher as urnas.

O sistema de votação atual nunca foi questionado, nem houve qualquer evidência de que tenha sido adulterado, disse Raquel Dodge, uma ex-procuradora-geral que estava entre os signatários das cartas. O sistema eleitoral brasileiro é muito progressista e acredito que precisamos deixar isso claro e transparente para os eleitores brasileiros e para o mundo.

O governo do presidente Bidens também mostrou seu apoio ao sistema atual, com Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional de Bidens, levantando a questão com Bolsonaro durante uma recente visita a Brasília.

Autoridades dos EUA expressaram grande confiança na capacidade das instituições brasileiras de realizar eleições livres e justas com salvaguardas adequadas contra fraudes, disse Juan González, diretor sênior para o hemisfério ocidental do Conselho de Segurança Nacional, a repórteres na segunda-feira. Ressaltamos a importância de não minar a confiança nesse processo.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_eleitoral_do_Brasil